Saúde Ocular

26/05/2023

Oftalmologista faz exame em paciente para verificar a pressão intraocular.  


Especialistas da rede Ebserh alertam para importância do diagnóstico e tratamento de glaucoma

Cegueira causada pela doença é assintomática e irreversível, mas pode ser controlada a tempo

O 26 de maio é o Dia Nacional de Combate ao Glaucoma, uma doença que não apresenta sintoma e causa cegueira irreversível, mas que pode ser prevenida por meio de exames e tratada a tempo se for diagnosticada por um especialista. Por isso, é tão importante ter uma data para conscientizar sobre este problema que atinge 900 mil pessoas por ano em todo o Brasil, de acordo com oftalmologistas que atuam nos hospitais universitários vinculados à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), como é o caso do Hospital Universitário Cassiano Antonio Moraes da Universidade Federal do Espírito Santo (Hucam-Ufes).

O médico Francisco Ferraz, do Hospital de Ensino Dr. Washington Antônio de Barros, da Universidade Federal do Vale do São Francisco (HU-Univasf), explicou que o glaucoma, geralmente, está associado à pressão intraocular elevada, sendo que alguns fatores de risco são: pressão intraocular acima de 21 mmHg, idade a partir de 40 anos, raça negra, parentes de primeiro grau com a doença, diabetes mellitus, hipertensão arterial, obesidade, enxaqueca, uso crônico de corticoides, alta miopia e traumatismos oculares. "Muitas vezes, os pacientes somente se queixam de perda visual numa fase avançada da patologia", acrescentou.

"A gente tem que se antecipar à doença o mais cedo possível, porque o que a pessoa perder de visão não volta mais, mas é possível frear esse processo de perda", complementou Tiago Tomaz de Souza, chefe do ambulatório de glaucoma no Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago (HU-UFSC), de Santa Catarina. Na instituição, são feitos o diagnóstico e o acompanhamento do paciente, que pode ser encaminhado para o programa de fornecimento de medicamentos, desde que chegue ao hospital regulados pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

O oftalmologista Roberto Freitas de Castro Leão, que atua no Hospital Universitário Bettina Ferro de Souza (HUBFS), que faz parte do Complexo Universitário da Universidade Federal do Pará (CHU-UFPA), explicou que o programa de dispensação de medicamentos é importante porque, como a doença não tem cura mas tem controle, o paciente tem que fazer uso de colírios que, muitas vezes são caros.

"No Bettina, a gente consegue fornecer toda classe de medicamentos para glaucoma, além de fazer todo o atendimento de média e alta complexidade, atendendo pacientes em casos mais complexos e com indicação de cirurgia por exemplo, ou acompanhando casos de glaucoma congênito", explicou.

O especialista menciona ainda casos de glaucoma congênito, como, por exemplo, "quando a gente diagnostica uma criança e consegue fazer um tratamento, uma cirurgia, e vê que teve um desenvolvimento normal. Se a gente imaginar que se esta criança não tivesse acesso a este serviço seria um adulto com cegueira, saber que existe um serviço voltado para esta população, é muito gratificante", resumiu.

Tecnologia

Um exemplo de atendimento de alta complexidade, envolvendo tecnologia avançada, de altos custos e que apresenta resultado expressivos no controle da doença é o Hucam-Ufes, de Vitória (ES), segundo a oftalmologista Sheyna Reis da Silva Mattos, que atua no hospital e é especialista em glaucoma.

"Esta estrutura do Hucam tem o objetivo de proporcionar serviços de qualidade à população e atendimentos para casos mais avançados que muitas vezes requerem procedimentos cirúrgicos", disse a especialista. Ela fez questão de divulgar a importância da conscientização, destacando o evento educativo chamado "24 horas pelo glaucoma", da Sociedade Brasileira de Glaucoma e o Conselho Brasileiro de Oftalmologia, que pode ser visto no site https://www.24hpeloglaucoma.com.br/

Sobre a Ebserh

O Hucam-Ufes faz parte da Rede Ebserh desde abril de 2013. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 41 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo em que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.