Câncer de colo de útero é a quarta causa de morte de mulheres por câncer no Brasil
A doença pode ser detectada facilmente nos exames preventivos. Se diagnosticados precocemente, quase todos os casos são curáveis
O câncer de colo de útero (sem contar o câncer de pele não melanoma) é o terceiro tumor maligno mais frequente na população feminina, e a quarta causa de morte de mulheres por câncer no Brasil. Visando conscientizar a população sobre a prevenção e o combate a essa doença, o mês de março foi instituído como "Março Lilás".
Este tipo de câncer é principalmente relacionado pela infecção do Papilomavírus Humano (HPV), que pode ser evitada, na sua maioria dos casos, com a vacina tetravalente, ofertada nas unidades básicas de saúde e que faz parte do calendário vacinal na adolescência (meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos). Contudo, em alguns casos de infecções persistentes, a paciente pode sofrer alterações celulares, denominadas lesões precursoras, que podem evoluir para o câncer do colo do útero.
De acordo com a oncologista da Rede Meridional, Juliana Rocha, outros fatores relacionados ao aumento do risco de desenvolvimento desse tumor são: início precoce de atividade sexual, multiplicidade de parceiros, história familiar de tumores, tabagismo, higiene inadequada e imunidade comprometida.
"Apesar de uma grande porcentagem de mulheres se infectarem por HPV, a grande maioria se cura espontaneamente e somente um pequeno número delas apresentará as lesões precursoras, chamadas de Neoplasia Intraepitelial Cervical (NIC), que, se não tratadas, poderão evoluir para tumores invasores", afirma a médica.
A oncologista ressalta, também, que essas lesões são mais comuns em mulheres jovens e são de fácil detecção. "O câncer de colo de útero pode ser detectado facilmente nos exames preventivos, como o Papanicolaou, por exemplo. Se diagnosticados precocemente, quase todos os casos são curáveis. Por isso é importante a realização periódica de exames", esclarece.
Prevenção
No Brasil, a estratégia de prevenção e diagnóstico precoce recomendada pelo Ministério da Saúde abrange a utilização de preservativos, a realização de exames de Papanicolaou, a partir dos 25 anos e a cada 3 anos se não apresentarem fatores de risco.
Vacinar é importante
Vários estudos mostram que a vacina é o melhor método de prevenção. Ela é segura e eficaz. Quanto mais cedo for a vacinação, maior a chance de se evitar o aparecimento do tumor. Essa diminuição do risco chega a ser de 90% quando as crianças são vacinadas. O benefício da vacina também atinge outros cânceres relacionados ao HPV, como os tumores da vulva, canal anal, garganta e pênis.