Procrastinação ou preguiça?

03/10/2022

Muitas pessoas pensam que procrastinação e preguiça são a mesma coisa, mas existem algumas diferenças importantes entre elas. A preguiça é uma condição que nasceu com a vida, está presente em todas as espécies animais. É normal que a sintamos algumas vezes, a não ser que ela apareça como sintoma de alguma patologia, se manifestando em níveis motores, cognitivos ou afetivos. É preciso se atentar ao excesso de preguiça e buscar entender se não é a procrastinação que está por trás desse comportamento.

A procrastinação pode ser definida como "adiamento voluntário de uma tarefa, mesmo que haja consequências negativas", ou seja, adiar constantemente uma atividade, compromisso, decisão ou qualquer outra tarefa que não seja do seu interesse ou que envolva situações que você não queira enfrentar. Ela é diferente da preguiça porque é baseada em ansiedade, comportamento de fuga, estresse, bloqueio emocional, insegurança, sabotagem e dificuldade em cumprir metas e atingir objetivos. Isso acontece devido às emoções que determinada atividade pode provocar no indivíduo, gerando uma espécie de proteção para situações que geram incômodo.

Saber diferenciá-las é simples, basta observar suas emoções. Na preguiça a pessoa opta por não fazer nada por escolha, naquela hora não está com vontade, mas depois se quiser vai lá e faz, não existe sofrimento psicológico. Já na procrastinação existe sempre uma carga emocional que, muitas vezes, a pessoa não quer enfrentar. Sendo assim,trata-se de uma tentativa de evitar o mal-estar causado por essas tarefas. A procrastinação costuma estar relacionada à produtividade pois são atividades que precisam ser feitas, independente da vontade do indivíduo. Reconhecer a diferença entre esses dois conceitos e em seguida buscar identificar os gatilhos e emoções envolvidas no comportamento de procrastinar são os primeiros passos rumo à mudança e isso exige autoconhecimento.

Gabriel Sagrillo Kirmse | Psicólogo Clínico | CRP 16/7110

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